Conselho Consultivo: novas práticas de GOVERNANÇA

Artigo de Jose Carlos Andrade Gomes, PROF., KAM, MBA, MESTRE em administração e presidente do Conselho Consultivo – NEELA S/A

A velocidade que o conhecimento e a informação chegam às empresas é boa ou ruim? Ao mesmo tempo que geram importantes oportunidades para serem aproveitadas, se não forem bem coordenadas, podem colocar em risco a solidez da sua estrutura de negócios.

Cada vez mais estão sendo requeridas redefinições de conceitos, tecnologia, novas visões de planejamento estratégico para a produtividade dos negócios, exigindo de seus decisores atitudes, informação, conhecimento, experiência e feeling de forma coordenada para alcançar os objetivos da organização.

Muitas alternativas são apresentadas como oportunidades de novos negócios, parcerias, fusões e incorporações, com alavancagem positiva. Contudo, passam a exigir dos gestores, padrões de gestão e controle que espelhem resultados esperados. Novas atitudes, comportamentos, mais agilidade na tomada de decisão, foco na gestão de pessoas, dentre muitos aspectos que retratam as BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE, são cada vez mais necessárias.

Neste texto queremos apenas demonstrar que é possível preparar e desenvolver empresas para estas situações, trazendo em especial, a credibilidade e a segurança institucional como base para alavancar e manter os negócios em crescimento.

Nossa proposta se estende, em especial, àquelas empresas que atravessam períodos de dificuldade, abalando sua credibilidade e talvez sendo pressionadas em suas operações, inviabilizando a retomada dos negócios com o enfrentamento inteligente e seguro das operações.

Temos visto muitas empresas sofrendo grandes pressões financeiras, fiscais e outras, que inviabilizam seus negócios ou impedem que se processe o pensamento positivo de reconstrução.

A solução para essas empresas existe. Embora possua condicionantes a serem observados pelos gestores da empresa e exige completa adesão ao formato das práticas de governança corporativa vigentes no mercado, o caminho é a criação de um “CONSELHO CONSULTIVO”, que de acordo com estatuto aplicável e regido por normas de conduta e gestão de negócios, traga credibilidade e aplicação das melhores práticas de compliance!!

Esta é uma oportunidade única para essas empresas encontrarem, através da constituição de um Conselho, profissionais de destaque e com grande conhecimento em suas áreas de atuação, complementares aos da gestão atual, para reestruturar e alavancar os negócios.

A constituição de Conselho Consultivo, para muitos pode parecer um PROJETO OUSADO, mas é absolutamente viável com organização, conhecimento e utilização de parte do tempo de especialistas em setores fundamentais como, Planejamento, Gestão de Pessoas, Tecnologia, entre outros, na busca da recuperação dos resultados das empresas.

GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Governança corporativa e compliance possuem metas complementares, com conceitos diferentes. O primeira se relaciona à adaptação de processos e a cultura organizacional. O segundo trata com ênfase normas e valores éticos, formadores da imagem institucional e estabelece o comportamento, forma de agir e respeito a normas de conduta, seja na ética dos negócios, seja na forma de tratamento aos colaboradores e as políticas sociais, tendo como objetivo uma gestão eficiente dos negócios.

Hoje, para alcançar o sucesso, temos que perpetuar a atuação no mercado e prosperar. Exige-se das empresas um planejamento voltado para eficiência organizacional, resultados econômicos e financeiros positivos e muita credibilidade, contida na sua transparência e comportamento social. Tudo isso mostra aos stakeholders a prova de que a empresa é confiável.

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Empresas de capital aberto, ou grandes grupos de capital fechado, normalmente possuem um Conselho de Administração. Este é um organismo vivo que participa da gestão dos negócios, trazendo para as empresas experiências profissionais de grande valor, agregando conhecimento, capacidade e competência ao processo de gestão das companhias, sendo que nestes casos, tomam decisões de gestão e, também correspondem com risco do negócio, expondo seus próprios patrimônios.

Os integrantes deste Conselho recebem remuneração correspondente a importância e responsabilidade a que se submetem, orientando o desenvolvendo de projetos de planejamento das atividades, dentro dos mais rígidos controles, sejam na concepção e desenvolvimento dos projetos, seus resultados econômicos e financeiros, sejam pela prática fiel da governança corporativa ou ainda pela restrita obediência as definições de compliance estabelecidas. 

Conhecemos grandes grupos empresariais no Brasil e no mundo que, apesar de serem gigantes e parecerem indestrutíveis, pereceram pela falta de uma organização sucessória adequada, de uma visão de futuro, por falta de investimento em tecnologia, ou ainda por negligência com os resultados operacionais. O papel do conselho na administração destas empresas, considerando o notável saber de seus membros, poderia evitar que negligências fossem cometidas e ações de gestão tomadas a tempo.

Muitas vezes, as empresas apresentam seus conselheiros, com muito orgulho e satisfação, porque o conselheiro representa a capacidade de gestão da empresa. Ter um conselho é uma credencial de organização e competência, afinal, nenhum conselheiro arriscaria sua reputação se não fosse ouvido, tomasse decisões partilhadas e analisasse a performance da organização.

CONCLUSÃO

A ideia aqui apresentada possibilita uma oportunidade única de recuperar ou viabilizar a continuidade de negócios. O acesso ao conhecimento existente hoje, principalmente trazido por executivos de longa experiência no decorrer da vida e que, se dispõe a participar destes conselhos, especialmente os consultivos, podem contribuir com o desenvolvimento destes negócios.

A formação de um Conselho é relativamente simples, após a análise da situação da empresa e identificação de suas áreas que necessitam melhorias, serão definidos características e perfil dos membros a serem convidados.  Contudo, sempre devemos enfatizar a participação e colaboração da empresa que deverá ouvir, discutir e atuar na solução dos problemas e desenvolvimento dos negócios, entendendo que as PRÁTICAS DE GOVERNANÇA E COMPLIANCE, regem todo o mecanismo e a este se submetem.

Empresas cujo perfil atual demonstre a necessidade de ingressar no mundo da organização estrutural, com segurança, podem contar com esta alternativa, que se encontra hoje como uma forma absolutamente acessível e disponível no mercado.

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